terça-feira, 15 de junho de 2010

Lágrimas, gol e história

Dizem que homem não chora. Ainda mais um homenzarrão conhecido por não tirar o pé da dividida nem temer as travas das chuteiras adversárias. Mas hoje, quando o hino nacional neozelandês foi tocado no Estádio Royal Bafokeng em Rustemburgo, Ryan Nelsen começou a lutar contra as lágrimas. Afinal, em 11 anos como jogador, ele estava finalmente prestes a participar de uma competição à qual muitos não acreditavam que os kiwis poderiam chegar: a Copa do Mundo da FIFA.


"Fiquei muito, mas muito emocionado", contou depois ao FIFA.com. "Sempre me emociono quando jogo pelo meu país, mas isto aqui é a Copa do Mundo. Nada pode ser maior. É um sonho meu há muito tempo."

Nelsen também foi tomado pela alegria quando ouviu o apito final. A Nova Zelândia, considerada azarão antes da partida contra a Eslováquia e dominada durante quase todo o jogo, havia marcado um gol nos descontos para conquistar um empate em 1 a 1.

"Foi simplesmente uma sensação inacreditável", afirmou. "Nunca deixamos de acreditar. Eles dominaram a maior parte do tempo, mas sabíamos que poderíamos ter uma chance. Mesmo quando perdemos uma bola no fim (Shane Smeltz, desmarcado dentro da área, cabeceou rente à trave aos 39 minutos do segundo tempo), sabíamos que o jogo só acabaria com o apito final."

E a Eslováquia aprendeu a lição. Winston Reid, que tinha defendido a Dinamarca na categoria sub-21 e só havia adquirido em março o direito de jogar pela Nova Zelândia, marcou o gol histórico três minutos após o fim do tempo regulamentar.

"O ambiente no vestiário estava incrível", revelou Nelsen. "Estamos obviamente muito felizes. Cantamos muito algumas músicas tradicionais da nossa terra, e o pessoal da televisão nos pegou dançando. Foi muito divertido."

Agora a adversária será a Itália, atual campeã mundial. Mesmo que a diferença no papel seja enorme, a zebra que vem da Oceania tem o direito de sonhar. Afinal de contas, embora os dois selecionados tenham obtido o mesmo placar, o 1 a 1 da Azzurra contra o Paraguai deixou os italianos na pressão de buscarem um resultado melhor.

No ano passado, o selecionado de Marcello Lippi venceu os comandados de Ricki Herbert por 4 a 3 em um amistoso na própria África do Sul, mas agora os kiwis entram com mais moral. Além disso, Nelsen acredita que a Nova Zelândia tem uma vantagem no jogo aéreo que pode aproveitar.

"Temos jogadores muito altos que sabem como usar a estatura e podem causar problemas ao adversário", explicou o zagueiro do Blackburn Rovers. "É claro que a Itália é uma grande seleção, mas acreditamos em nós mesmos. Precisamos nos manter fechados na defesa e consertar algumas coisas que deram errado hoje, mas acreditamos que podemos conseguir um resultado."

"Mostramos hoje que tudo pode acontecer no futebol e nos demos uma chance de chegar às oitavas de final. Temos duas partidas difíceis pela frente contra Itália e Paraguai, mas essa é a nossa meta. Para ser honesto, se nos classificarmos será a maior conquista da história do esporte da Nova Zelândia."

fonte: http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1246041/index.html#lagrimas+historia

Nenhum comentário:

Postar um comentário